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sábado, 19 de maio de 2012

Jeito Rebelde 2 - Capítulo 10


Antes Que Seja Tarde Demais
CENA I
Euge se esforçou para respirar.
(Euge) Peter...
(Peter) Calma, Euge! A ajuda já vai chegar! 
Ele pegou o celular e pela quinta vez ligou para a ambulância. Ucker observava tudo imóvel, ainda caído.
<< Horas Antes >>
Ucker estava aflito em casa, andando de um lado para outro. A campainha tocou. Ele abriu a porta e Ash foi logo entrando.
(Ucker) Você?
(Ash) Sim! Eu mesma! 
(Ucker) O que você quer?
(Ash) Te ajudar!
(Ucker) Ajudar? Mas eu não te pedi ajuda nenhuma!
(Ash) Não precisa pedir. Eu sei que você está esperando pela Euge.
(Ucker) Você sabe dela? Ela saiu ontem pra ir ajudar o Peter e até agora não voltou.
(Ash) O que você acha que pode ter acontecido?
(Ucker) Sei lá! Eu já estou preocupado!
(Ash) Não deveria. A Euge dormiu com o Peter.
(Ucker) O quê?
Ucker parou de andar e encarou Ash.
(Ash) Se você quiser, pode ir lá conferir.
(Ucker) Como você sabe disso? Ela te ligou?
(Ash) Ucker, isso é o mais óbvio! Pra casa ela não foi, porque foi expulsa. Você disse que ela ainda não voltou. Só pode ser o quê então?
(Ucker) É... Eu pensei nisso, mas acho que não queria acreditar.
(Ash) É, mas existe outra possibilidade! Como sabemos, o Peter anda envolvido com drogas.
(Ucker) Eu sei.
(Ash) Ele pode ter feito alguma coisa com ela.
(Ucker) Será? Que ele nem se atreva! Se eu descubro que ele encostou um dedo na Euge, eu o mato!
(Ash) Então é melhor você correr pra lá, antes que seja tarde demais...
Ucker hesitou por um momento. Ele foi até o quarto e voltou correndo. 
(Ash) O que você foi fazer?
Ele levantou a blusa e mostrou um revólver.
(Ash) Uau! Você não brinca em serviço! [rsrs]
(Ucker) Não é hora de brincar!
(Ash) Só quero te lembrar que o que você está prestes a fazer vai lhe trazer graves consequências.
(Ucker) Não há outra coisa a se fazer! Saia daqui e fique de bico calado!
(Ash) Você que sabe...
(Ucker) VAI LOGO!
Ucker saiu de casa apressado. 
<< Agora >>
Ucker recuperou o fôlego e foi até Euge.
(Peter) Nem pense em encostar nela!
Peter o segurou.
(Euge) Deixa, Peter...
(Peter) Mas ele..
(Ucker) Me solta!
Ucker se soltou. Ele abaixou para ver de perto o que tinha feito. Euge tinha dificuldade para respirar.
(Euge) Por que, Ucker?...
(Ucker) [chorando] Eu não queria, Euge...
(Euge) Não aconteceu nada demais...
(Ucker) Me perdoa!
Ele a abraçou. A ambulância chegou. 

CENA II
Pablo e Rochi decidiram ir dar um volta pela vizinhança.
(Rochi) Adorei o café!
(Pablo) É, tava muito bom!
(Rochi) O que você vai fazer esta tarde?
(Pablo) Ah, eu posso voltar pra casa, tentar fazer alguma coisa e ficar pensando em você... Ou também posso ficar com você, fazer alguma coisa com você, pensar em você e-...
(Rochi) E... [rsrs]
(Pablo) Ah, não sei! O que você me sugere?
(Rochi) Os planos são seus! 
(Pablo) Mas se depender de mim, eu quero dividí-los com você!
Rochi sorriu pra ele.
(Pablo) Sabia que quando você ri, fica muito mais bonita?
(Rochi) Não começa com esses elogios...
(Pablo) Duvido que você não gosta.
(Rochi) Gosto, mas eu fico sem graça.
(Pablo) Ok, sem elogios!
Eles continuaram caminhando em silêncio até chegar numa praça.

CENA III
(Poncho) A Any voltou.
(Gas) A Any? Que legal! Você já foi vê-la?
(Poncho) Ainda não. Enviei uma mensagem pra ela.
(Gas) Uma mensagem? Hum... 
(Poncho) Uma mensagem incompleta. Quero deixá-la curiosa.
(Gas) Pra quê? Você ainda gosta dela?
(Poncho) Gosto.
(Gas) Mas e a May?
(Poncho) Gosto da May também! Mas eu não minto pros meus sentimentos. Eu estou com a May, mas sempre fui ciente que nunca esqueci a Any.
(Gas) É, não é uma mal jeito de levar a vida...
Enquanto caminhavam, Gas avistou de longe Pablo e Rochi que vinham chegando na praça.
(Poncho) Não são eles.
(Gas) Claro que são! Olha lá, Poncho! Eu conheço a Rochi!
(Poncho) Tá, e o que você vai fazer?
(Gas) Não sei.
(Poncho) Ela parece estar se divertindo com ele.
(Gas) Será que eles estão juntos?
(Poncho) Não sei... Olha, eu vou pra casa, porque tenho que preparar alguma coisa pra eu comer. 
(Gas) Ok! 
Poncho deixou a praça por outro lado. Gas tomou coragem e decidiu ir até Rochi e Pablo.

CENA IV
Arthur foi levar Lua até a casa dela. 
(Lua) Eu não quero ficar longe de você...
(Arthur) Segunda-feira vamos nos ver de novo.
(Lua) Mas eu não quero.
(Arthur) Eu também não quero, mas fazer o quê, né?! Ainda não somos casados!
(Lua) [rsrs] Será que quando a gente casar vamos querer continuar agarradinhos 24 horas por dia?
(Arthur) Dizem que quando casamos o encanto acaba.
(Lua) Encanto?
(Arthur) É! O encanto do amor. As batidas aceleradas do coração, a tremedeira das pernas, os arrepios a cada beijo...
(Lua) O encanto do nosso amor não pode acabar. Eu adoro sentir essas sensações!
(Arthur) E quem não adora?! Mas se você não quer que isso acabe, quer dizer que não quer se casar comigo?
(Lua) Claro que eu quero! Com encanto ou sem encanto, eu quero passar o resto da minha vida ao seu lado.
(Arthur) Uau, que linda! Então vamos aproveitar enquanto temos esse encanto antes que seja tarde demais.
Eles deram um longo e intenso beijo de despedida. Assim que Lua entrou, Arthur voltou pro carro. No banco do passageiro, para a surpresa dele, estava Ash.
(Arthur) Como você entrou aqui?
(Ash) Pela porta! Gostou da surpresa?
(Arthur) Não. O que você quer?
(Ash) Calma, eu não roubei nada! Só quero uma carona.
(Arthur) Você é estranha... Vai pra onde?
(Ash) Pra onde você quiser me levar.
(Arthur) Se é pra ter segundas intenções, é melhor descer logo do carro!
(Ash) Ninguém aqui falou em segundas intenções... 
Arthur ligou o carro.
(Arthur) Assim que chegar no centro você desce.
(Ash) Não é bem o que eu queria,mas já está de bom tamanho,
Ash explicou a ele que estava por perto quando ele e Lua chegaram no carro. Enquanto ele levou a namorada até a porta de casa, ela entrou no carro e ficou o aguardando.
(Arthur) Você não pode fazer isso. É crime!
(Ash) É crime pegar carona?
(Arthur) Você invadiu o meu carro.
Arthur dirigia concentrado. Conversava com Ash sem olhar pra ela.
(Ash) Você dirige bem.
(Arthur) Sempre fui apaixonado por carros! Meu pai deixava eu controlar o volante do carro dele quando eu era menor.
(Ash) [alisando a perna dele] Eu não sei dirigir...
(Arthur) Poderia tirar sua mão da minha perna? Tá incomodando...
(Ash) Vai dizer que você não gosta?
Ash, delicadamente, apertou a coxa de Arthur.
(Arthur) Ash, eu te avisei que não queria segundas intenções!
Ele parou o carro.
(Arthur) Desce!
(Ash) Não.
(Arthur) Por favor, Ash, desce!
Arthur tirou a mão de Ash de sua perna, mas ela insistiu. 
(Ash) Eu sei que todos os homens adora um carinho! E sei também que isso provoca um praz-...
(Arthur) [alterando o tom de voz] Chega! Desce do meu carro agora!
(Ash) Ok! Eu vou. Mas não vai ficar assim.
Ash desceu do carro e bateu a porta. Arthur a cabeça no volante, deu um suspiro e depois voltou a dirigir novamente.

CENA V
Any estava no banheiro secando os cabelos quando o celular começou a tocar. O barulho do secador impediu que ela ouvisse. Depois que terminou, ao voltar ao quarto, viu que o celular indicava a ligação perdida e também uma nova mensagem.
(Any) De quem é esse número?
Ela pensou um pouco e lembrou que era o número de Poncho.
(Any) Meu Deus! Eu não acredito que não atendi a ligação do Poncho! Ele deve tá me odiando agora!
Ela abriu a mensagem.
(Any) [lendo] Minha vontade era ir até a sua casa, te abraçar e saber como foi a sua viagem, mas o destino mudou as coisas. Não sei se você sabe, mas eu já tenho outra. É, as coisas mudaram... Só que eu não te esqueci. Não consigo apagar da minha memória todos os momentos que já passamos juntos. Eu...
A mensagem, novamente, chegou ao fim.
(Any) Ele só pode tá brincando comigo! Não aguento mais tanta curiosidade!
Ela jogou o celular na cama, mas logo o pegou de novo. Leu a mensagem novamente e um sorriso estampou seu rosto.

CENA VI
Euge foi levada para a emergência as pressas. Peter e Ucker ficaram na sala de espera. Os dois não tinham conversado após a chegada da ambulância.
(Ucker) Eu queria que você soubesse que... que eu não queria fosse assim.
(Peter) Eu entendo, mas isso não justifica sua atitude.
(Ucker) O ciúme tomou conta de mim. Eu estava aflito por não saber nada sobre ela. O pensamento de que ela poderia estar com outro me deixou louco.
(Peter) Falta de confiança destrói uma relação.
(Ucker) Eu sei, mas não é fácil se controlar nessas horas. Foi muito difícil conquistar a Euge. Ela era muito fácil para os outros garotos. Eu não queria perdê-la. Tinha que agir antes que fosse tarde demais.
(Peter) Mas você usou o pior método de todos! Você podia matar sua própria namorada!
(Ucker) Por incrível que pareça, quando eu vi vocês fugindo juntos, minha vontade era só matá-la.
(Peter) Mas ela estava carregando um filho seu, Ucker!
(Ucker) Um filho que teria outro pai! Eu não ia aceitar isso!
(Peter) É, agora pode ser tarde demais. Talvez não tenha mais filho, nem mais namorada...
(Ucker) Eu sei... Eu sei que vou ser preso, vou ter que pagar fiança, vou perder a Euge, meu filho, mas o que importa pra mim agora é ter o perdão dela.
A conversa foi interrompida com a chegada do médico. 
(Peter) E então, doutor?! Como está a Euge?
Ele permaneceu alguns segundos calado.
(Ucker) Fala, médico! Eu preciso saber como está a mãe do meu filho.
(Médico) É... A mãe do seu filho, a Eugenia, não vai ser mão mais.
(Ucker) O quê?
(Médico) Infelizmente o bebê não sobreviveu.
Continua

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