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sábado, 27 de outubro de 2012

Jeito Rebelde 3: Capítulo 05


Estar Pronto
CENA I
Demi se aproximou de Arthur, mas ele se afastou.
(Arthur) Demi, a gente não brinca com essas coisas.
(Demi) Quem disse que eu estou brincando? Você sabe muito bem tudo o que fizemos quando estávamos juntos.
(Arthur) Claro que eu sei! Mas eu sei também que a gente se protegia. 
(Demi) Nem sempre. E além do mais, por que você tá tão assustado assim? Não pretendia ter filhos não?
(Arthur) Não com você.
(Demi) [alterando o tom de voz] Acontece que você teve e precisa assumir! Se foi um erro ou não, o filho é nosso! E eu rodei esse mundo atrás de você por causa dessa criança!
Arthur sentou na cama e apoiou a cabeça entre as mãos. Demi respirou fundo e sentou ao lado dele.
(Arthur) Mas, Demi... Eu não quero negar a criança, mas eu não estou pronto para ser pai.
Demi abaixou os olhos e sua voz quase não saiu.
(Demi) E você acha que estava pronta para ser mãe?
Arthur encarou Demi, mas não respondeu. 
(Demi) Arthur, quando eu comecei a sentir os sintomas, quando eu comecei a perceber mudanças no meu corpo, quando minha barriga começou a crescer, você não sabe o que se passou na minha cabeça! Eu surtei, Arthur! E olha que eu podia fazer tanta coisa para acabar com esse surto. Mas não, eu encarei. E agora estou aqui... Eu preciso de você, Arthur.
Arthur respirou fundo e se levantou.
(Arthur) Demi, eu vou precisar de um tempo. Te garanto que não será muito, mas eu preciso pensar. O mundo virou dentro da minha cabeça.
(Demi) Eu te entendo. 
Demi abraçou Arthur, que não apresentou nenhuma resistência.
(Demi) Eu vou esperar por você.
Ela deu um beijo no rosto dele e saiu do quarto. Arthur voltou para a cama.
(Arthur) Meu Deus, se isso for um pesadelo, por favor, me acorda agora!

CENA II
No fim da tarde, Gas e Rochi se encontraram na praça de alimentação de um shopping.
(Gas) Rochi, obrigado por ter vindo.
(Rochi) Ai, Gas, você me preocupou, sabia?
(Gas) Tá acontecendo muita coisa e eu não sei em quem confiar.
(Rochi) Sobre o quê você está falando?
(Gas) De tudo! Eu sei que essas férias estão sendo angustiantes, mas nada parece facilitar para mim! 
(Rochi) Isso tem alguma coisa a ver com a May?
(Gas) Não dá para disfarçar, né?!
(Rochi) O que houve? Vocês não se entenderam?
(Gas) Nem conversamos. Eu não sei do que sou capaz, Rochi.
(Rochi) Eu não estou te entendendo, Gas. Desde quando você passou a ser tão ciumento desse jeito?
(Gas) Eu não estou com ciúmes!
(Rochi) Não?! Essa sua preocupação toda não tem a ver com a chamada do Pablo no celular da May não?
(Gas) Tem, mas não por ciúmes.
(Rochi) Por que então?
Gas se certificou de que não tinha ninguém ouvindo a conversa deles.
(Gas) Eu desconfio que a May sabe de alguma coisa sobre o sumiço do Pablo.
(Rochi) E por que você desconfia? 
(Gas) Ela tá estranha, Rochi. Eu sinto no olhar dela a indiferença ao falar sobre esse assunto. Parece que tanto faz para ela o que está acontecendo, sabe?! É como se ela tivesse a solução de tudo.
(Rochi) Isso é sério?
(Gas) Rochi, eu não te chamaria aqui só para admirar sua beleza!
Rochi e Gas trocaram profundos olhares.
(Rochi) Não?
Gas ficou em silêncio.
(Rochi) Ok! Vamos deixar a poeira abaixar um pouco. Que tal uma pizza?
(Gas) Tanto faz.
(Rochi) Ah não, Gas! Eu vim aqui para tentar me distrair! Você não vai querer me por para baixo de novo, né?
(Gas) Ok, Rochi! Vamos comer uma pizza!
Ela sorriu para ele, que retribuiu com um sorriso forçado.

CENA III
May parou com o carro no meio de uma mata, pegou uma lanterna e continuou o caminho a pé.
(May) Quer dizer que você já tá sacando tudo, Gas?! Então não precisa se preocupar que eu vou dar um jeito de acabar com as evidências. Pablo, estou pronta para por um fim nessa tortura.
May acelerou o passo e encontrou a cabana. Ela derrubou a porta com um chute e passeou com a luz da lanterna pelo cômodo escuro.
(May) Cadê você, Pablo? Não se esconda de mim!
A luz então alcançou o buraco na parede destruída da cabana. May se aproximou do buraco e soltou um grito ao concluir o que tinha acontecido.
(May) Desgraçado! 
Ela começou a chutar os móveis e tudo o que encontrava pela frente. A raiva tomou conta de suas forças que ela só conseguiu se controlar ao perceber que estava rasgando sua própria roupa. Ela se jogou no chão e começou a chorar. Quando menos esperava, encontrou o celular de Pablo na escuridão.

CENA IV
Ash desceu para o jantar e se juntou a seu pai, sua madrasta e Drake.
(Pai de Ash) Pensei que não viria jantar, querida.
(Ash) Não estou acostumada a jantar na hora do lanche.
(Drake) Ela é rebelde mesmo, hein? [rsrs]
(Ash) Não tem ninguém falando com você aqui, garoto!
(Pai de Ash) Sem brigas na mesa, crianças!
(Ash) Criança aqui só o seu enteado!
(Drake) Sou muito feliz como sou, sabia?!
(Mãe de Drake) Drake, não provoca!
(Ash) Ouviu, né?
(Pai de Ash) Ash!
A refeição passou por alguns minutos de silêncio até o pai de Ash terminar de comer.
(Pai de Ash) Ash, eu e a mãe do Drake vamos viajar amanhã. Uma viagem de negócios.
(Ash) Eu também vou.
(Drake) Opa! Quem é a criancinha aqui mesmo? [rsrs]
(Pai de Ash) Filha, é uma viagem de negócios. Não vai ser legal para você.
(Ash) Eu não disse que vou viajar com você. Disse que vou viajar.
(Drake) Vai embora?
(Mãe de Drake) Drake Bell!
(Pai de Ash) Como assim viajar, filha? Você já está de viagem!
(Ash) Vou encontrar uma amiga em um povoado que tem aqui perto.
(Pai de Ash) O Drake vai com você!
(Ash e Drake) O quê?!
(Mãe de Drake) Querido...
(Pai de Ash) Querida, já tá decidido! A Ash é uma garota que precisa de cuidado e o Drake não vai ficar aqui sozinho.
(Drake) Mas eu sempre fiquei sozinho!
(Pai de Ash) Agora não mais!
(Ash) Pai! Eu não preciso de ninguém para cuidar de mim!
(Mãe de Drake) Querido, você sabe que eles não se dão muito bem.
(Pai de Ash) Essa vai ser uma excelente oportunidade para eles se entenderem! Com licença.
O pai de Ash se levantou da mesa e saiu da cozinha.
(Mãe de Drake) Vou conversar com ele.
Ela também saiu.
(Drake) Acho que vamos passar mais que alguns minutos juntos, gatinha!
(Ash) Se toca, menino! Você pensa mesmo que vai comigo?
(Drake) Se o seu pai disse, eu vou! Você não conhece ele!
Ash fechou a cara.
(Drake) Foi mal! Eu não falei por mal.
(Ash) Perdi a fome!
Ash colocou o prato na pia e saiu da cozinha.
(Drake) Parabéns, Drake! Você só está dificultando as coisas.

CENA V
A praça do Povoado de São Miguel ganhou algumas barracas e sua população começou a se aglomerar por ali.
(Euge) O que tá acontecendo?
(Lua) Acho que vai ter um arrasta-pé aqui!
(Euge) Nós vamos participar?
(Lua) Seria um bom entretenimento para quem está morrendo de tédio, né?!
(Euge) É, eu acho que pode ser legal.
(Lua) Euge, daqui a pouco tem um ônibus de volta para o resort.
(Euge) Mas eu combinei de me encontrar aqui com a Ash.
(Lua) E que dia essa garota vai vim? Você está falando isso desde que a gente se encontrou e ela não deu nem sinal de vida! Já anoiteceu e a gente nem tem lugar para dormir!
(Euge) Lua, ela disse que iria ver o que podia fazer.
(Lua) Mas a gente não pode ficar esperando para sempre, né?!
(Euge) Ok! Mais tarde a gente tenta falar com ela.
(Lua) Como nós vamos falar? Meu celular tá sem sinal e o seu sem bateria.
(Euge) Oras, vamos aproveitar a festinha! Nesse arrasta-pé a gente vai conhecer algumas pessoas e aí nós podemos saber como eles se comunicam com o resto do mundo.
(Lua) Eu espero que isso dê certo!
(Euge) Lua, eu tenho certeza que você não vai resistir a um forrozinho com um gatinho do interior! [rsrs]
(Lua) [rsrs] Olha que eu não garanto nada, hein?!
(Euge) [rsrs] Pronto! Consegui te convencer!
(Lua) Eu admiro muito a maneira de você ter superado o que aconteceu com o Peter.
(Euge) Eu não quero falar sobre isso.
(Lua) Tudo bem. Vamos para o arrasta-pé!

CENA VI
Arthur encontrou Poncho e Annie em uma barraca de coquetel perto da piscina.
(Arthur) E aí, casal?!
(Annie) Olá, Arthur!
(Poncho) Sumiu, cara! Quer um coquetel?
(Arthur) Não, não. Annie, a Demi quer conversar com você.
(Annie) Conversar o quê?
(Arthur) Sei lá! Vocês não conversam sobre nada?
(Annie) Ah, já sei! É que a gente estava compartilhando nossas experiências de vida e ela ficou de me contar algumas coisas, sabe?! Noivo, já volto, ok?!
(Poncho) Tudo bem.
Ela deu um beijo rápido em Poncho e saiu. Arthur sentou no lugar dela.
(Poncho) A Demi não tem nada para falar com a Annie, né?
(Arthur) Não tinha, mas agora vai ter.
(Poncho) Diz aí qual é o problema.
(Arthur) Recebi uma bomba hoje mais cedo.
(Poncho) E ela explodiu em suas mãos?
(Arthur) Pior que sim. Agora eu não sei o que fazer.
(Poncho) Qual é o problema?
(Arthur) A Demi apareceu com um bebê e disse que eu sou o pai.
Poncho engasgou com o coquetel.
(Poncho) Isso é sério?
(Arthur) É, parece que sim.
(Poncho) Poxa, Arthur! Vacilou, hein?! Custava encapar o boneco?
(Arthur) Não tô com clima para piadinhas, Poncho! O caso é sério!
(Poncho) Mas eu também tô falando sério! Preservativo nunca é de mais!
(Arthur) Eu não vim aqui para você jogar na minha cara o que eu deveria ter feito!
(Poncho) Ok, foi mal.
(Arthur) Eu quero sumir, sabe?! Não faço a mínima ideia do que fazer.
(Poncho) Tem certeza que o filho é seu?
(Arthur) Tenho minhas dúvidas, mas eu vi tanta verdade no olhar dela, que acho que não tem outra saída.
(Poncho) Ah, cara, se for teu mesmo, eu te aconselho a assumir. Ela não carregou esse bebê nove meses à toa!
(Arthur) Acontece que eu já segui a minha vida, né?! Troquei de cidade, entrei na universidade, arrumei uma nova namorada e acho que não tem espaço para um filho e minha ex-namorada!
(Poncho) É, sua vida tá difícil mesmo. Nada de agir no impulso, hein?

CENA VII
Annie entrou no quarto e pegou Demi amamentando o bebê.
(Annie) Ai, que gracinha! Que coisa fofa!
(Demi) Olha só quem veio te ver, Dudu! É a tia Annie!
Annie sentou ao lado de Demi.
(Annie) Oi, Dudu!
(Demi) Começou a agitação!
Demi vestiu a blusa e levantou o bebê.
(Annie) Deixa eu pegar?
(Demi) Claro!
Ela passou o bebê para Annie.
(Annie) Ai, meu Deus! Eu quero pra mim!
(Demi) É, parece que você leva jeito!
(Annie) Eu adoro esse nome que você escolheu! Eduardo!
(Demi) O pai parece que não gostou muito.
(Annie) E aí? Ele não disse nada?
(Demi) Annie, eu preciso abrir o jogo com você.
(Annie) E tem jogo fechado aqui?
(Demi) Quando eu te falei que tinha um bebê com um cara e que ele estava aqui, eu não contei para você sobre quem era o cara.
(Annie) E isso me matou, porque eu fiquei imaginando milhares de caras que poderiam ser o pai do seu filho! Até no Arthur eu pensei, acredita?
(Demi) Acredito. Fique sabendo que você é bem esperta.
(Annie) Por quê? O Arthur é o pai do Eduardo?
Demi assentiu balançando a cabeça.
(Annie) Que babado! Você contou para ele?
(Demi) Contei, mas ele ainda não sabe o que fazer!
(Annie) Normal, pegou ele no susto, né?
(Demi) Sim. Mas não vai ser tão fácil assim para ele. As coisas mudaram, né?!
(Annie) É, tem a Lua agora. 
(Demi) Annie, você tem que guardar esse segredo, ok?! Eu não quero que ninguém saiba do Eduardo enquanto o Arthur não tomar uma decisão.
(Annie) Ok! Mas o que você vai fazer se ele não aceitar?
Demi ficou sem resposta.
Continua

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